segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

O POETA - ÀS VEZES - É UMA LUZ NO FIM DO TÚNEL.


Éramos sombras Um do outro.
Sombras que se
Falavam e se
Amavam.
Mas calamo-nos,
Afastamo-nos ...

A saudade determina :

- Por que trocar pelo
Esquecer o não lembrar
Se há alguém que faz pedra
Se deitar pedra e se despertar
Como uma flor ?

Lembro-me que teus olhos
Ambíguos, às vezes eram
Análogos à duas fornalhas,
Desafiando-me a vir quente ...
Outras vezes, porém, eram
Símiles dum lago calmo
Convidando-me a navegá-los !

Ah, poeta !...
Ainda bem que existes :
Exoneras as leis da
Incompreensão através de
Instrumentos leves e sem
Corpos que nascem no delta
Dos pensamentos, abres rios
Entre às letras, embarcas as
Palavras nas balsas da metáfora,
Fazes nascer uma luz no fim do
Túnel e tudo torna-se viável.


Abre-se, então, a porta
E as possibilidades que estão
Lá fora, entram. E voamos
Com asas de poesia a procurar,
Novamente, o belo que é o
Reentrelaçamento de nosso
Amor.


Jayme Salema / 2000

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